Pai
por Ivone Boechat
O amor de pai é indiscutível:
Mão calejada, camisa suada,
Pressa, canseira,
Doação,
O pai é avalista
Dos erros na contramão.
O amor de pai é visível:
Joelhos dobrados,
Prece escondida,
Braços abertos,
Olhar de ternura,
Perdão.
Pai é alguém muito especial:
Produtor,
Diretor,
Ator, figurante
Do filme, ao vivo, em cores,
Com o roteiro da vida escrito
Nas linhas de sua mão.
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Mãe
por David Ferreira da Guia
Mãe é igual ao Céu: escreve-se apenas com três letras, mas nelas cabe um amor infinito que somente Deus seria capaz de criar.
Se um dia eu me perder,
Na doçura da tua voz me reencontrarei.
Se eu teimar em errar,
Estará na paz da tua alma o meu reparo.
E se as tristezas me cercarem,
Será no teu meigo olhar materno
Que a paciência me reconduzirá ao triunfo.
Será assim por toda a minha vida,
Porque um dia as tuas mãos me seguraram
Com amor e docilidade sem igual.
Será assim, com felicidade,
Por todos os dias da minha vida,
Seja longa ou curta minha existência,
Que terei a cada minuto, a cada segundo,
A inspiração das tuas palavras,
A verdade das tuas lições
E o zelo dos teus abraços.
Mãe... se estás conosco,
Ou mesmo se já passaste pelas nossas vidas,
Ainda que partindo cedo,
Tua presença nos é constante.
Não existe mãe que passou.
Simplesmente existem mães,
Porque Deus as criou eternas
A tal ponto que, onde estiverem, aqui ou alhures,
Estarão orando por nós e prezando por nossas almas.
Tê-las em nossas vidas é o melhor presente
Que Deus, no Seu infinito amor, poderia nos conceder.
E na Sua infinita misericórdia,
Deus nos deu vocês
Para serem Seus olhos terrenos sobre nossas almas,
Conferindo a vocês a tarefa de construir nosso caráter,
Nossa sabedoria e a essência do nosso ser.
Nós te amamos, onde quer que estejam!
Porque a tua morada é nos nossos corações.
Teus Filhos.
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O Amor
por Fernando Pessoa
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar.
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Peladas do Sobral
por Raimundo Palmeira
A gente vivia feliz,
Tecia mais sonhos que o dom de sonhar;
Da vida, a gente era aprendiz,
Os bolsos vazios, mas amor para dar.
Na areia da praia, a bola
Surrada rolava, como a deslizar;
Para a gente, o mundo era escola;
Nos estádios da vida, ia nos consagrar.
As traves eram nossos chinelos;
Bola na canela, era jogada de craque;
Os gols ao acaso eram os mais belos,
E um drible qualquer era de ter destaque.
Depois, um banho de mar
Aliviava o suor, ao entardecer;
Uma “raspadinha”, para refrescar
E a gente sonhava sonhos de viver.
Garotas da rua, da escola,
Eram comentadas, em desejo natural;
A tardinha, recolhia a bola
E voltava para casa, da praia do sobral.
Na casa humilde, o calor
Do amor materno, era nosso aconchego,
E a gente nem dava o valor
Real que devia dar a esse sossego.
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2012: CENTENÁRIO DE UM GRANDE ALAGOANO:
por Ivone Boechat
Mão calejada, camisa suada,
Pressa, canseira,
Doação,
O pai é avalista
Dos erros na contramão.
O amor de pai é visível:
Joelhos dobrados,
Prece escondida,
Braços abertos,
Olhar de ternura,
Perdão.
Pai é alguém muito especial:
Produtor,
Diretor,
Ator, figurante
Do filme, ao vivo, em cores,
Com o roteiro da vida escrito
Nas linhas de sua mão.
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Mãe
por David Ferreira da Guia
Mãe é igual ao Céu: escreve-se apenas com três letras, mas nelas cabe um amor infinito que somente Deus seria capaz de criar.
Se um dia eu me perder,
Na doçura da tua voz me reencontrarei.
Se eu teimar em errar,
Estará na paz da tua alma o meu reparo.
E se as tristezas me cercarem,
Será no teu meigo olhar materno
Que a paciência me reconduzirá ao triunfo.
Será assim por toda a minha vida,
Porque um dia as tuas mãos me seguraram
Com amor e docilidade sem igual.
Será assim, com felicidade,
Por todos os dias da minha vida,
Seja longa ou curta minha existência,
Que terei a cada minuto, a cada segundo,
A inspiração das tuas palavras,
A verdade das tuas lições
E o zelo dos teus abraços.
Mãe... se estás conosco,
Ou mesmo se já passaste pelas nossas vidas,
Ainda que partindo cedo,
Tua presença nos é constante.
Não existe mãe que passou.
Simplesmente existem mães,
Porque Deus as criou eternas
A tal ponto que, onde estiverem, aqui ou alhures,
Estarão orando por nós e prezando por nossas almas.
Tê-las em nossas vidas é o melhor presente
Que Deus, no Seu infinito amor, poderia nos conceder.
E na Sua infinita misericórdia,
Deus nos deu vocês
Para serem Seus olhos terrenos sobre nossas almas,
Conferindo a vocês a tarefa de construir nosso caráter,
Nossa sabedoria e a essência do nosso ser.
Nós te amamos, onde quer que estejam!
Porque a tua morada é nos nossos corações.
Teus Filhos.
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O Amor
por Fernando Pessoa
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar.
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Peladas do Sobral
por Raimundo Palmeira
A gente vivia feliz,
Tecia mais sonhos que o dom de sonhar;
Da vida, a gente era aprendiz,
Os bolsos vazios, mas amor para dar.
Na areia da praia, a bola
Surrada rolava, como a deslizar;
Para a gente, o mundo era escola;
Nos estádios da vida, ia nos consagrar.
As traves eram nossos chinelos;
Bola na canela, era jogada de craque;
Os gols ao acaso eram os mais belos,
E um drible qualquer era de ter destaque.
Depois, um banho de mar
Aliviava o suor, ao entardecer;
Uma “raspadinha”, para refrescar
E a gente sonhava sonhos de viver.
Garotas da rua, da escola,
Eram comentadas, em desejo natural;
A tardinha, recolhia a bola
E voltava para casa, da praia do sobral.
Na casa humilde, o calor
Do amor materno, era nosso aconchego,
E a gente nem dava o valor
Real que devia dar a esse sossego.
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2012: CENTENÁRIO DE UM GRANDE ALAGOANO:
PADRE TEÓFANES
“EDUCAR PARA ELEVAR”
Se vivo fosse, Teófanes Augusto de Araújo Barros, Padre Teófanes, como era conhecido, teria feito, em junho passado, 100 anos. Natural de São José da Lage, dedicou toda a sua vida à educação, principalmente daqueles que não tinham condições financeiras de estudar na Capital. Com esse intuito, fundou o Colégio Guido de Fontgalland em 1939 e abrigou em seu casarão estudantes de famílias de baixa renda, muitos dos quais, posteriormente, tornaram-se figuras de alta relevância na sociedade alagoana. Também trouxe para nosso Estado a Campanha Nacional de Educadores Gratuitos, com o mesmo objetivo. Fundou a Faculdade de Filosofia, e, preocupado com os jovens que trabalhavam durante o dia e não tinham opção para cursar uma faculdade, fundou o Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC) no ano de 1973. Foi o autor da letra do Hino da Padroeira de Maceió, do Hino do Cesmac e do Colégio Guido. Integrou a Academia Alagoana de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Neste ano do centenário do seu nascimento, várias homenagens lhe são prestadas. A Academia de Letras e Artes do Nordeste, Núcleo de Alagoas, instituiu a Comenda Cônego Teófanes de Barros, numa justa homenagem a esse grande alagoano.
Artigo escrito por Neilda Costa Cavalcanti
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Paraíso de sol e mar
Paraíso de sol e mar
Poema de Raimundo Palmeira
(ao amigo Cícero Almeida)
Reconstruir uma cidade, hercúleo dom de fazer.
Pedra a pedra dar um toque artístico em velha paisagem;
Levar ares de metrópole, fazendo acontecer,
A uma gigante província, parece miragem.
Garra, força de vontade, de quem se nega a aceitar
Um realidade injusta sobre a cidade que ama,
E arregaça as mangas e se põe a trabalhar,
A realizar o sonho, mantendo acesa a chama.
E Maceió, a princesa do sorriso mais azul,
De mares, lagoas, que o sol aquece a admirar
A força da sua gente, na casca do sururu,
Da Mundaú, onde, à noite, a lua vem se banhar,
Se faz também gente grande, em moderna arquitetura,
Em praças e logradouros que lhe realçam a beleza
Que a natureza lhe deu, em natural formosura,
E adormece sorrindo, em ares de realeza.
Bendito dom de sonhar e construir os seus sonhos,
Bendito dom de amar essa cidade do sol;
Bendito dom de dotar de ares bem mais risonhos
A cidade encantada, princesinha Maceió.
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Homenagem às mulheres
Numa busca para escolher um tema para a coluna cultural da primeira edição da Folha do Procurador, optamos por homenagear a MULHER. Não por acaso, é claro.Saímos do mês de maio celebrando as mães; estamos no mês de junho, quando se celebra o AMOR. E quem mais simboliza essas duas datas, senão a MULHER?
Citada e cantada em prosa e verso em toda a literatura universal, a mulher ocupa um lugar privilegiado nas obras de poetas, escritores, escultores, pintores e de todos quantos conseguem expressar a sua sensibilidade.
“A aspiração do homem é a suprema glória. A aspiração da mulher é a virtude extrema. A glória faz tudo grande. A virtude faz tudo divino.” (Victor Hugo)
“Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer.” (Carlos Drummond de Andrade)
“...As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos. Mulheres são como maçãs em árvore. As melhores estão no topo. Os homens não querem alcançar essas boas, porque têm medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de conseguir. Assim, as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando, na verdade, eles estão errados... Elas têm de esperar um pouco para o homem certo chegar... Aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore.”
(Machado de Assis)
Artigo escrito por Neilda Costa Cavalcanti
